domingo, 30 de agosto de 2009

Escritório de Integração recebe alunos no Canteiro Em Obras III

"O Escritório de Integração (EI), do curso de Arquitetura e Urbanismo, recebeu os calouros no Canteiro em Obras III, no terreno adjacente ao prédio 47, no sábado, 21 de agosto. Os alunos foram recebidos com um farto café da manhã e uma conversa informal com os professores e veteranos do curso.

Alunos, professores e interessados puderam participar da construção de uma cerca para delimitar a área do canteiro; de uma oficina de construção de hortas, orientada pelos alunos participantes do Projeto Teias, vinculado ao Núcleo Meio Ambiente e Urbanismo. Também construíram uma tenda com telas de barramento de construção e faixas de divulgação que seriam descartadas. Foram servidas pizzas, assadas em fornos construídos nas edições anteriores do evento.

O Canteiro em Obras atua como instrumento de ensino, pesquisa e extensão para o curso de Arquitetura e Urbanismo, por meio da escola de Formação de Mão de Obra do projeto pedagógico do curso. Para a professora Margarete de Araújo, o canteiro é um espaço para pesquisa e experimentação, onde se pode trabalhar o que é capaz de descobrir e reinventar. Para um dos coordenadores do curso, professor Roberto Eustáquio dos Santos, o canteiro aproxima o arquiteto da obra, sendo um ambiente de ensino e aprendizagem, de troca de conhecimento.

O aluno Matheus Porto Hermeto é extensionista e afirma que essa experiência é importantíssima por ser a oportunidade de ver o que se aprende na sala de aula acontecendo. O calouro Luiz Felipe adorou a oportunidade de participar das oficinas com professores e veteranos e viu o evento como uma oportunidade de interação. O estudante espera que o curso abra novas portas para a arte e a cultura na sua vida.
A coordenadora de Extensão do curso, professora Vanessa Borges Brasileiro, destacou que o curso de Arquitetura da PUC Minas é baseado no tripé ensino, pesquisa e extensão, por isso a proposta do canteiro é uma interação entre teoria e prática, dentro da disciplina e fora da sala de aula. Para ela, o lugar é de capacitação e formação de mão de obra e a ideia é que seja usado a todo tempo pelos alunos do curso e pelos professores, na proposição de tarefas a para suas disciplinas."

Fonte: PROEX PUC MINAS

sábado, 29 de agosto de 2009

Centro Administrativo de Minas Gerais


"Na Revista Veja desta semana (02/09/2009), há uma reportagem sobre o Centro Administrativo de Minas Gerais.

A reportagem detalha, em resumo, a obra e compara Aécio Neves com JK, afirmando que Aécio, assim como JK, "mudou o eixo da capital mineira para o norte".

Afirma, também, que o governo mineiro economizará 85 milhões de Reais. Mas serão gastos mais de um bilhão e duzentos mil Reais para construí-lo, segundo informa a Revista Época.

Sem entrar nessas questões políticas, o projeto de Oscar Niemeyer para o Centro Administrativo não respeitou questões básicas de insolação. E para piorar, projetou prédios com pele de vidro. O ar condicionado será usado sempre. Sem mencionar outros probleminhas como falta de especificações e detalhamento.

Se era necessário construir o Centro Administrativo, o governo mineiro perdeu a oportunidade de fazer um concurso internacional.

Sem mencionar, é claro, que há décadas o metrô não sai da prancheta. E por falta de investimentos do governo federal, o metrô continuará no papel até 2014, pelo menos.

Por falar em metrô, poucos ou nenhum governo investe em mobilidade urbana, ou seja, em opções e facilidade para locomover na cidade. Recentemente saiu a notícia de que a Prefeitura investirá em estacionamentos subterrâneos.

Para muitos urbanistas e especialistas em trânsito, "é preciso ter muita cautela ao se ofertar mais infraestrutura para o uso do automóvel em um grande centro urbano, uma vez que o modelo atual de deslocamentos, focado no uso do automóvel particular, com baixíssima taxa de ocupação (menor que 1,5 pessoas por veículo), é um dos principais fatores para atual saturação do trânsito" (Frederico Rodrigues). Espera-se que para a Copa 2014 melhore um pouco a situação do trânsito (precisa de uma Copa do Mundo para melhorar as coisas?).

Ou seja, transferir mais de 20.000 pessoas que trabalham na área central de Belo Horizonte para percorrer algumas dezenas de quilômetros para o limite de Belo Horizonte com a cidade de Vespasiano, nas condições atuais de locomoção mencionadas acima, não me parece racional. Sem mencionar as milhares de pessoas que irão ao Centro Administrativo para outras finalidades e as dezenas de empresas que estão crescendo na mesma direção que impactarão ainda mais o deslocamento.

Além disso, existem muitos edifícios desocupados, inutilizados, abandonados (públicos e privados) que os governos poderiam utilizá-los aplicando as diretrizes do "Estatuto das Cidades" (lei 10.257 de 10 de julho de 2001) no que diz respeito a função social da propriedade.

Muito provavelmente seria mais viável, do ponto de vista econômico, social e ambiental, se reformassem e requalificassem esses imóveis desocupados, inutilizados e abandonados do que construir um novo Centro Administrativo. Não se cogitou isso. O Governo mineiro descartou essa hipótese sem analisá-la.

Enfim, do ponto de vista arquitetônico e urbanístico, o Centro Administrativo tem tudo para se tornar um legado que ninguém terá inveja."

Publicado originalmente na Crise [!].

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Seminário Internacional ARCUS... Estivemos por lá!

O I Seminário Internacional ARCUS “Ambientes urbanos e urbanidades” tem como objetivo contribuir para a compreensăo da cidade contemporânea e das novas urbanidades, que nela emergem. Por urbanidade, entende-se o conjunto de relaçőes sociais decorrentes da construçăo técnica e espacial da cidade e de suas diferentes formas de apropriaçăo.

Este ocorreu nos dias 17, 18 e 19 de agosto de 2009, em João Pessoa-PB, numa parceria científica franco-brasileira, denominada Projet ARCUS Rhône-Alpes/Brésil. O Projet ARCUS é um programa de colaboraçăo entre diversas universidades brasileiras e francesas, cujo foco está no desenvolvimento de Escolas e de Ateliers Internacionais, que permitirăo o encontro entre doutorandos, pós-doutorandos e pesquisadores dos dois países, filiados ŕs instituiçőes co-participes do projeto.

Dividido entre palestras, discussões temáticas e mini-cursos o seminário foi bastante interessante e muito diversificado. As apresentações orais, divididades em 3 temáticas, se tornaram um espaço aberto de discussão e comentários sobre os diversos problemas urbanos, muitas vezes semelhantes em várias partes do Brasil. Interessante também ver que, apesar de semelhantes, tais problemas são muito particulares e a maneira e as ações tomadas pelos apresentadores foram muito enriquecedoras.

Participamos do Atelier 1, sendo a temática "Conflitos Urbanos Contemporâneos", e foi apresentado o trabalho entitulado "Requalificação dos predinhos de Santa Tereza como garantida da cidadania e da função social da propriedade". Desenvolido, desde 2002 em parceira com o EMAU e, infelizmente, encerrado em meados de 2005, as duas torres de 17 pavimentos, abandonadas pelas construtora e incoporadora, foram ocupadas, desde 1997, por moradores sem-teto de Belo Horizonte que vivem em condições bastante precárias e sofrem com o preconceito.


A apresentação, além de mostrar as etapas de todo o processo, a aprovação da carta consulta pelo Ministério das Cidades no Programa Crédito Solidário e o trabalho em autogestão desevolvido com as famílias, apresentou também uma crítica quanto ao modelo atual político e o porque do fracasso de empreitadas como essa. O tema foi muito bem aceito e bastante discutido e também serviu para acirrar o debate.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Projeto da PUC é premiado no Opera Prima

Ponte Digital de Apoio
Autor - Fabiano Murad de Pinho
Orientador - Roberto Eustaáquio dos Santos
Escola - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte
Ponte Digital de Apoio

Fato recorrente nas grandes cidades brasileiras, a segmentação do espaço urbano pelo traçado de grandes eixos viários fez surgir, ao longo dos anos, barreiras físicas e imaginárias dificilmente transponíveis. Este projeto tem como pano de fundo os 25 quilômetros de extensão da via expressa Leste-Oeste, em Belo Horizonte, e como setor específico de implantação as imediações da denominada estação Calafate do metrô.
O autor fez estudo abrangente do histórico dos viadutos e passarelas construídos sobre a via, em boa parte baseando-se nas pesquisas e diretrizes formuladas em 2004 pelo Ministério das Cidades, no chamado Plano de Reabilitação das Áreas Urbanas Centrais (Prauc). Ele parte da hipótese de que, ilhadas em meio à via, há muitas áreas residuais que, embora tenham bom potencial para abrigar usos variados - por causa da grande oferta de infraestrutura a que têm acesso -, encontram-se de tal forma desarticuladas entre si que a sua ocupação, pela iniciativa pública ou privada, é desencorajada.

Foram levantados pelo referido estudo 16 possíveis pontos de intervenção, nos quais 15 áreas incidiriam sobre baixos de viadutos e seis sobre passarelas e áreas contíguas. O autor escolheu o local anexo ao metrô para formular o seu projeto, criando um edifício-ponte a ser ocupado por biblioteca digital, escola digital, centro de recondicionamento de computadores, comércio e serviços, ambientes de apoio ao transporte público integrado e espaços para atividades de lazer, cultura e esportivas.

O módulo básico é composto por estrutura metálica com vãos de 12 metros, havendo duas torres principais e pavilhões de conexão com as áreas envoltórias.

Parecer do júri
A resolução de conexões e transposições ligadas às redes infraestruturais ferroviárias e metroviárias - frequentemente associadas às vias expressas de autos - é uma das ações que tendem a ter cada vez maior importância nas grandes e médias cidades brasileiras. Por serem em geral estruturas aéreas, o desafio é projetá-las de modo a não constituírem obstrutores da paisagem, o que o projeto em questão, mesmo anexando equipamentos como o da biblioteca, realiza com considerável leveza.

Fonte: http://www.arcoweb.com.br/especiais/opera-prima-2009-veja-os-11-08-2009.html