sábado, 7 de fevereiro de 2009

Lei do menor esforço


Deparei com o seguinte teste em um caderno de jornal voltado para vestibulandos:

Fechei com a arquitetura porque...

a) Minha mãe é arquiteta, e você já viu: não vou ficar sem emprego. Afinal, mãe é mãe.

b) Levo jeito pra coisa. Aposto que consigo construir um condomínio com prédios maiores que o Empire States, com muros mais extensos que a Grande Muralha da China e com jardins mais bonitos que os do castelo de Versalles (ou talvez eu esteja apenas sendo megalomaníaco).

c) Seria minha realização se pudesse ver alguma obra que tivesse primeiro sido idealizada e desenhada por mim.

No que se refere à arquitetura, meu maior ídolo é:

a) Niemeyer. Como ele é um gênio, minha resposta não precisa de explicações.

b) Quem quer que tenha desenhado aquele rancho do Michael Jackson... Se bem que morar dentro de um parque de diversões deve mexer seriamente com a sanidade das pessoas.

c) Sou eu mesmo. Com apenas três tábuas construí uma casinha para o coelho da minha irmã, lá no sítio. Não vem ao caso o fato de, no dia seguinte, termos tido que serrar a tal casinha pra resgatar o coelho.

O que o arquiteto faz:

a) Anda sempre com um monte de plantas enroladas dentro daqueles compartimentos cilíndricos. Algumas, eles penduram nas costas. Outras, deixam no carro. E no escritório há mais de 20 cilindros de todas as cores. É só isso que esse pessoal faz.

b) Considera as necessidades dos indivíduos e da sociedade e cria casas, prédios, museus, escolas, pra contemplar tais necessidades.

c) Conversa com as madames. Tá ligado? Arquiteto que é arquiteto anda nas altas rodas. E é isso aí.

Se marcou c/a/b, você tem futuro.


De agora em diante consulterei com médicos que escolheram a profissão por não terem nojo de sangue, veterinários que escolheram a profissão porque a-do-ram animais desde sempre, advogados que escolheram a profissão porque amam ler, engenheiros que escolheram a profissão porque são fãs do "Lego", o psicólogos que escolheram a profissão porque gostam de ouvir e conversar, e por aí vai.

O teste pode ser de brincadeira ou não, mas mesmo considerando que o vestibulando seja infantil, a profissão, como qualquer outra, é séria. Não existem fórmulas nem regras para escolher uma carreira. É mais complexo que imaginamos.

Se quer ajudar um adolecente na escolha da profissão, é simples: não atrapalhe.

Nenhum comentário: