domingo, 31 de maio de 2009

Canteiro em Obras II - Aperitivo




Ontem, dia 30/05/2009, aconteceu o segundo Canteiro em Obras.

Nessa semana detalharemos o evento. Esse post é um aperitivo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O futuro da arquitetura

Compartilho o discurso do Rem Koolhaas, quando ele ganhou o Prêmio Pritzker em 2000 , para que possamos refletir sobre o papel do arquiteto urbanista no mundo.

“Eu preparei um pequeno discurso. E talvez eu deva começa-lo com uma anedota. Pode ser uma anedota estranha, mas vir da Holanda e ter nascido em 1944 significa paradoxalmente que eu fui ignorante na questão do Judaísmo até os 21 anos. Na minha juventude, no meu país, era completamente incomum apontar as origens religiosas ou raciais de alguém, era um assunto que nunca falávamos. Isso mudou drasticamente quando eu fui pela primeira vez à Nova Iorque, e fui recebido, no Instituto de Arquitetura e Estudos Urbanos, liderado pelo arquiteto Peter Eisenman, que a meu ver merece o Prêmio Pritzker ainda mais que eu.

A primeira vez que estive lá, Peter Eisenman me pegou pelo casaco, assim, de uma maneira bem agressiva, e disse: “Você sabe porque você está aqui, Koolhaas?” E eu disse, “Não”. “Você está aqui para representar o elemento Gótico”. Então isso me pôs em meu lugar e provavelmente explica alguns dos meus sentimentos aqui. De qualquer forma, eu quero começar pelos meus agradecimentos. Eu agradeço Cindy Pritzker e a família Pritzker e a sua fundação por sua excepcional identificação com arquitetura. Eu agradeço ao júri pela tão inspirada decisão este ano. Eu agradeço aos meus parceiros em meu escritório O.M.A. Todos e cada um dos quinhentos e cinqüenta deles fizeram contribuições que agora se mostram cruciais. Eu agradeço ao Harvard Design School por apoiar minha dupla vida como futurista. Eu agradeço aos meus clientes que engatilharam nosso trabalho encarregando-nos de suas necessidades.

Depois de meus agradecimentos eu escrevi três pequenas anedotas, ou três pequenos episódios que para mim indicam tanto o passado recente da arquitetura quanto a atual situação da arquitetura e o talvez iminente, futuro da arquitetura. E eu quero discutir algumas das potenciais evoluções que eu – se não for cuidadoso, afastarei da possível evolução num futuro iminente. Eu quero começar em 1950 – cinqüenta anos atrás. Cinqüenta anos atrás, a cena arquitetônica não apoiava-se num indivíduo singular, o gênio, apoiava-se no grupo, no movimento. Não havia cena. Havia um mundo arquitetônico. A arquitetura não lidava com a maior diferença possível, mas sim com as sutilezas que poderiam ser desenvolvidas dentro de um estreito campo de semelhanças dentro da generalidade. Arquitetura era um continuum que terminava com o urbanismo. Uma casa era vista como uma pequena cidade. A cidade vista como uma imensa casa. Esse tipo de arquitetura enxergava-se como ideológica. Sua política abrangia todo o caminho entre o socialismo e o comunismo e todos os pontos intermediários. Grandes temas foram adotados para além da arquitetura, não a partir da imaginação individual da cabeça dos arquitetos. Os arquitetos estavam seguros em seu alinhamento com o que então se chamava sociedade, algo imaginado e que podia ser fabricado. Agora estamos em 2000, cinqüenta anos depois da idílica caricatura que eu descrevi a vocês. Nós temos Pritzkers, temos uma quantidade razoável deles sentados aqui na primeira fila – portanto nós temos identidades únicas, singulares, assinaturas até. Nos respeitamos um ao outro, mas não formamos uma comunidade. Não temos projetos juntos. Nosso cliente não mais é o estado ou suas derivações, mas indivíduos privados frequentemente envolvidos em ambições arriscadas e trajetórias dispendiosas, que nós arquitetos apoiamos sinceramente.

O sistema é final. A economia de mercado. Nós trabalhamos numa era pós-ideológica e por falta de apoio nós abandonamos a cidade ou quaisquer outras questões gerais. Os temas que inventamos e sustentamos são nossas mitologias privadas, nossas especializações. Nós não temos discurso sobre organização territorial, nenhum discurso sobre povoamento ou co-existência humana. No máximo nosso trabalho brilhantemente investiga e explora uma série de condições singulares. O fato de que essa aparência de sítio arqueológico é enfatizada acima de sua responsabilidade política mostra que a inocência política é uma importante parte do equipamento do arquiteto contemporâneo.

Fico grato que o texto do júri para o prêmio 2000 me descreva como definidor de novos tipos de relações, tanto teóricas quanto práticas, entre arquitetura e a situação cultural. Isso é de fato um sentido do que estou tentando fazer. Apesar de prever muito mal o futuro, muito preocupado com o presente, deixe-nos especular por um momento sobre o próximo intervalo de cinqüenta anos – a arquitetura como vai ser praticada em 2050 ou, se tivermos sorte, um pouco antes.

Um desenvolvimento é certo. Nos últimos três anos, brick and mortar (tijolo e argamassa) evoluíram para click and mortar. O retail (varejo) virou e-tail e não há como exagerar na importância destas coisas. Comparado ao brilho ocasional da arquitetura agora, o domínio do virtual afirma-se com abandono selvagem e confuso e está se proliferando numa velocidade que podemos apenas sonhar. Pela primeira vez em décadas, e talvez no milênio, nós arquitetos temos uma competição muito forte e fundamental. As comunidades que não podemos imaginar no mundo real vão florescer no espaço virtual. Os territórios e demarcações que mantemos no chão são fundidas e moldadas além do conhecido num domínio muito mais imediato, glamuroso e flexível – o da eletrônica.

Após 4000 anos de fracasso, o Photoshop e o computador criam utopias instantaneamente. Nessa cerimônia neste local, a arquitetura está ainda fundamentalmente comprometida com a argamassa, como se apenas a proximidade com um dos maiores acervos reunidos da história da humanidade nos assegurasse outros 2 mil anos de usufruto de nosso nicho particular, e de nossa futura credibilidade. Mas o resto do mundo já liberou a arquitetura para nós. A arquitetura tornou-se a metáfora dominante, um agente controlador de tudo que necessita de conceito, estrutura, organização, entidade, forma. Apenas nós arquitetos não nos beneficiamos desta redefinição, ilhados em nosso próprio Mar Morto de argamassa.

A menos que quebremos nossa dependência do real e reconheçamos a arquitetura como uma maneira de pensar sobre todos os assuntos, do mais político ao mais prático e liberar-nos da eternidade para especular sobre novas, atraentes e imediatas questões, como a pobreza, o desaparecimento da natureza, a arquitetura talvez não chegue ao ano 2050.

Obrigado.

Rem Koolhaas”

Tradução: Lucas Girard e Gabriel Kogan

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Inscrições abertas para o Seminário de IntegrAÇÃO Ambiental da PUC Minas

Estão abertas as inscrições para o Seminário de IntegrAÇÃO Ambiental, a realizar-se de 3 a 7 de junho, no campus Coração Eucarístico e Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até dia 2 de junho. O evento é coordenado pelo Núcleo de Meio Ambiente e Urbanismo da Pró-reitoria de Extensão, pelo Curso de Ciências Biológicas e pelo Diretório Central dos Estudantes. A data coincide com as comemorações pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho.

A programação abordará vários assuntos dentro da temática “Áreas protegidas e sustentabilidade”, tendo como palco diversos painéis, oficinas e exposições de fotografias e banners produzidos a partir das atividades desenvolvidas pelos setores da Universidade, como os cursos de Ciências Biológicas, Turismo, Geografia e Arquitetura; Museu de Ciências Naturais (MCN) e o Grupo de Estudos em Energia Solar (Green Solar).

Também participarão dos debates, representantes de entidades nacionais e internacionais em prol do meio ambiente, entre eles André Abreu Maria (Fundação France Liberté); Bernardo Ferreira Alves de Brito (coordenador da Regional Cerrado/Minas Gerais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – Ministério do Meio Ambiente); e Luiz Carlos Cardoso Vale (Instituto Estadual de Florestas).

Nesse Seminário o Escritório de Integração apresentará seus projetos atuais, bem como sua atuação de modo geral. Além disso, a professora de Arquitetura e Urbanismo da PUC e Coordenandora Adjunta do E.I. Leta irá participar de uma mesa, na quinta-feira, dia 4/6, e ministrará a oficina "Geologia Urbana".

As inscrições para o Seminário e para a oficina são feitas no site http://www.sistemas.pucminas.br/gpi/SilverStream/Pages/pg_INSC_InstrucoesProcesso.html;jsessionid=41d5c37e6993f05d23a51ff557dc4f53

sexta-feira, 22 de maio de 2009

domingo, 17 de maio de 2009

Escritório de Integração participa do Seminário de Integração Ambiental da PUC Minas

No dia 3 de junho começa o Seminário de Integração Ambiental da PUC Minas. "O Seminário objetiva dar visibilidade as ações efetivas em relação a temática ambiental no âmbito da puc minas e criar novas possibilidades e perspectivas a partir da articulação destas ações. O evento é uma oportunidade de socializar a produção e o potencial da PUC Minas e parceiros, com ênfase nas iniciativas voltadas as áreas protegidas e seu entorno, considerando biodiversidade, sustentabilidade e populações tradicionais. A data proposta coincide e comemora ainda o Dia Mundial do Meio Ambiente – 5 junho – favorecendo o conhecimento, divulgação e a reflexão da comunidade acadêmica".

Apresentaremos no Seminário 2 projetos atuais, além do Escritório de Integração em si. Abaixo há o resumo dos projetos:

Escritório de Integração do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas

O Escritório de Integração é uma atividade de extensão do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Minas e existe desde a criação do curso, em 1993.

Tem como objetivo buscar soluções para os problemas de segregação sócio-espacial e da aniquilação dos recursos ambientais na cidade brasileira.

Suas prioridades são:

• Inclusão, busca e experimentação para a coletivização dos direitos à habitação e à cidade;
• Sustentabilidade na utilização dos recursos naturais e sociais;
• Pesquisa e experimentação de métodos construtivos e de gestão de obras e instrumentos de implementação e gestão de planos urbanos;

Suas linhas de interesse e atuação são:

• Assessoramento técnico na implantação de processos habitacionais e de recuperação ambientais autogestionários;
• Capacitação autogestionária de associações e movimentos;
• Formação, desenvolvimento e aperfeiçoamento tecnológico-profissional no setor da construção civil, visando minimizar os impactos em todas as etapas do processo construtivo;
• Reabilitação físico-ambiental de áreas urbanas degradadas;
• Recuperação e operacionalização da capacidade instalada no espaço construído da cidade.

O EI (Escritório de Integração) atende ao público excluído do acesso à cidade, geralmente organizados em associações ou movimentos que tenham como objetivo a melhora do meio urbano.

Projetos Desenvolvidos:

Crédito Solidário

Em parceria com o Ministério das Cidades e a Prefeitura de Belo Horizonte, o EI desenvolveu projeto e construção de três mutirões autogestionários na região metropolitana de BH. Assistindo 230 famílias de baixa renda filiadas à associações sem casa de BH.

Requalificação dos Predinhos Santa Tereza (Ed. Saint Martin)

Desenvolvido com a população de baixa renda (aproximadamente 550 pessoas) que ocupa os edifícios localizados no bairro Sta. Tereza em Belo Horizonte, o projeto tinha como objetivo a qualificação do espaço ocupado, bem como sua integração com o entorno.

Fica Vivo

Projeto em parceria com a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais com o objetivo de diminuir os níveis de violência urbana através do planejamento urbano. Foi desenvolvido um projeto piloto para o Aglomerado Morro das Pedras propondo melhores condições de vida em um espaço urbano da exclusão.

Construção & Cidadania – PUC-ASA

Curso em parceria com a Ação Social Arquidiocesana buscando a valorização dos alunos através da qualificação profissional. Ocorreram onze edições do curso formando mais de cem profissionais para a construção civil.

Programa Arquitetura e Engenharia Públicas

Projeto com objetivo de suprir as lacunas da assessoria técnica à moradia de populações não atendidas.

Viadutos

Foram atendidas 60 famílias ex moradores de baixios de viadutos, catadores de materiais recicláveis, ambulantes, flanelinhas e moradores de rua. Elaborou-se um plano de ocupação e uso das áreas sob os viadutos da Via Expressa no trecho compreendido entre o Complexo da Lagoinha e o Viaduto do Bairro Camargos.

Jornada Internacional “Na Cidade Sem Meu Carro”

Desde 2004 o EI, em parceria com o Instituto Rua Viva, BHTrans, PBH, IAB-MG e PM-MG, participa na organização do Dia Internacional Na Cidade Sem Meu Carro. A Jornada ocorre no dia 22 de setembro e propõe, nesse dia, que as pessoas substituam o carro privado para locomoção pelo transporte público e outros meios de transporte menos poluentes.

Atualmente o Escritório de Integração desenvolve três projetos:

1- “Recuperação Sócio-ambiental da Área da Cascalheira, Resgatando a Cultura Tecnológica e Construtiva Local, em Parceria Com a Associação dos Moradores do Condomínio Jardins de Petrópolis-Nova Lima-MG”
2- “Assessoria Técnica à Produção Habitacional Autogestionária”
3- Desenvolvimento e Formatação da Escola de Formação de Mão de Obra e do Canteiro de Obras do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas.

Recuperação socioambiental da Área da Cascalheira: resgatando a cultura tecnológico-construtiva local, em parceria com a Associação dos Moradores do Condomínio Jardins de Petrópolis – Nova Lima – MG


A região, objeto de estudo, é localizada na parte central do município de Nova Lima, Minas Gerais, a sudoeste da mancha urbana correspondente ao núcleo urbano sede do município, e é afetada por processos de degradação físico-ambiental, de origem antrópica, sendo encontradas nela, de maneira difusa e generalizada: erosões com ravinamento e voçorocamento, atingindo as redes de mesoestruturas implantadas, com assoreamento dos cursos d'água e destruição da cobertura vegetal.

O projeto prevê a cooperação tecnológico-cultural entre a Associação dos Moradores do Bairro Jardins de Petrópolis e o Escritório de Integração do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – EI/DAU/PUCMinas para a recuperação do equilíbrio ambiental da Área da Cascalheira, através do resgate do conhecimento tecnológico tradicional local, seu aprimoramento e difusão para que seja aplicado de maneira sistemática em toda a área objeto da intervenção, com emprego de mão-de-obra local.

A proposta é que a partir dos problemas identificados seja elaborado um estudo integrado sobre as origens e as manifestações dos problemas existentes para a busca de soluções ambientalmente sustentáveis, compatíveis e de baixo impacto, junto à comunidade local. A implementação das propostas será conduzida pela Associação de moradores em parceria com a Prefeitura Municipal de Nova Lima, utilizando mão de obra local capacitada. As soluções encontradas serão sistematizadas e divulgadas através a criação de um catálogo para que, além de serem adotadas na área, possam servir de referencia para lugares onde se manifestam patologias de mesma natureza, inclusive assentamentos informais.

A ideia base é a implantação de um processo que incorpore a dimensão do monitoramento, controle e gestão, diluindo ao longo dele os impactos das soluções propostas, vistas como etapas estratégicas para o re-equilíbrio ambiental do lugar. Com isso, não se pretende atacar a situação atual de emergência, pelo contrário, para ela serão previstas medidas de impacto para estancar as situações mais graves. As medidas consideradas de impacto nesta fase emergencial nada terão a ver com as medidas de impacto previstas em propostas consideradas usuais e serão moldadas dentro da visão que permeia esta proposta, ou seja, priorização de tecnologias que possam aproveitar os recursos locais sobre tecnologias hegemônicas mas dependentes de materiais e equipamentos transportados a longas distâncias, como por exemplo, o concreto armado ou das pavimentações asfálticas.

O impacto da ação emergencial será visível na alteração geométrico-visual da área. As ações sucessivas previstas no processo visam a metabolização destas soluções graças à reapropriação do lugar por parte do ecossistema local, que será muito parecido com aquele presente antes da intervenção humana que originou os problemas existentes.

Este trabalho vem sendo desenvolvido pelo EI/DAU/PUC desde o ano de 2004 em parceria com a Associação dos Moradores do Bairro Jardins de Petrópolis, sendo assim, este projeto de pesquisa se configura como a continuação de um trabalho pautado no conhecimento dos reais problemas abordados e nas soluções possíveis de recuperação da área em questão e se constitui um importante momento para a consolidação, sistematização e circulação do conhecimento entre a comunidade local e a comunidade acadêmica.

Assessoria técnica à produção habitacional autogestionária
Vila Novo Ouro Preto


A proposta deste projeto é o assessoramento técnico à implantação do Residencial Cidadania, cujos projetos arquitetônicos e urbanísticos estão em desenvolvimento pela equipe do Escritório de Integração, através da PROEX. A perspectiva é a produção autogestionária de moradias destinadas às famílias removidas ao longo do Córrego da Cidadania, na Vila Ouro Preto – BH. A implementação das obras foi definida a partir do Plano Global Específico realizado pela URBEL para a área.

Para a revitalização do Córrego da Cidadania foram removidas famílias residentes nas áreas destinadas à implantação do Parque Linear. Os moradores foram indenizados e se organizaram para comprar dois terrenos próximos à Vila.

O objetivo do projeto é a adequação do padrão de urbanização adotado para a Vila Novo Ouro Preto à morfologia do sítio e às demais condicionantes físico-ambientais, sócio-culturais, políticas e econômicas locais.

O aproveitamento do potencial construtivo nos terrenos buscará sua recuperação ambiental, não alterar a geologia do sítio, bem como formação profissional dos beneficiários para a condução dos empreendimentos habitacionais em regime autogestionário.

As ações serão desenvolvidas a partir de levantamentos e entrevistas de campo, envolvendo as famílias beneficiárias buscando aferir o reflexo das intervenções físico-ambientais no cotidiano dos moradores, sua percepção e apropriação dos espaços resultantes, sensação de segurança e bem-estar, conforto de utilização e circulação, etc, críticas e proposições de melhorias. Em seguida haverá a captação de recursos, concretização de parcerias e planejamento das obras de execução.

As atividades de formação para a autogestão serão desenvolvidas ao longo de todo o processo e definidas de acordo com as necessidades do grupo gestor de modo a potencializar habilidades e afinidades individuais, bem como suprir deficiências e limitações do grupo para o exercício autogestionário.

EQUIPE do E.I.:

• Coordenação: Alfio Conti e Margarete“Leta”
• Administrativo: Bruna Oliveira
• Estagiários: Alecsandra Cunha, Érico Oliveira, Fernanda Mingote, Laís Grossi, Lisandra Silva, Luana Silva, Luiza Soares, Marcelo Duarte, Marco Antonio Borges Netto, Mateus Hermeto, Renata Duarte.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Canteiro de Obras e EFMO - 25 de Abril Sempre, o retorno


Não fique boiando! O Canteiros de Obras está voltando! Dia 30 de maio construiremos a cerca da divisa e mais pizzada.

sábado, 2 de maio de 2009

Queda do "muro"

A retirada da grade que separava a entrada principal do prédio do curso de Arquitetura e Urbanismo foi importante para integrar ainda mais as salas de aula e o canteiro.

Reitero que o Canteiro de Obras será um excelente complemento para a nossa formação, seja em qualquer área de atuação e de clientela que iremos trabalhar e atender.

Professores e alunos, vamos "invadir" o Canteiro de Obras e consolidar não somente ele, como a Escola de Formação de Mão de Obra.

A foto é do Érico Oliveira, estagiário do E.I..

sexta-feira, 1 de maio de 2009

População de favelas cresce 2 vezes mais em São Paulo

Como resolver a dicotomia meio ambiente x moradia? Como resolver a questão habitacional? Com um muro?

Vale a pena ler as reportagens abaixo e tirar suas próprias conclusões. O tema é mais complexo que se pensa.

O Estado de São Paulo: São Paulo tem cada vez mais pessoas morando em barracos. O aumento da população das favelas paulistanas foi duas vezes superior ao crescimento da cidade em geral no último ano. Enquanto a população total da capital aumentou 2%, a das favelas cresceu 4%, de acordo com a Secretaria Municipal de Habitação. “Na última década, esse aumento variou de três a quatro vezes”, diz Maria Lúcia Refinitti Martins, coordenadora do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Além do inchaço populacional, essas moradias se expandem pela cidade num ritmo que nem mesmo a Prefeitura consegue registrar. Quem passa pela região do Viaduto Paraíso, na zona sul da capital, nem imagina que um portão de madeira grafitado, fechado com cadeado, esconde uma favela. Rodeado pelo muro de um edifício comercial e pela Avenida 23 de Maio, o conjunto de moradias precárias funciona como um condomínio fechado: só os moradores têm acesso. Conhecida como Favelinha do Paraíso, ela é um exemplo típico de como essas moradias crescem silenciosamente.

Na Vila Mariana, por exemplo, subdistrito da zona sul que abriga dez favelas, apenas cinco estão no cadastro oficial, uma lista de 1.602 núcleos. Os primeiros barracos da favela da Rua Coronel Luís Alves, na Vila Mariana, foram erguidos em 1945, quando o bairro tinha apenas algumas casas de classe média e muito mato. Famílias ocuparam uma área mista, de lotes públicos e privados. Hoje, há 90 casas de alvenaria, protegidas por muro e portão. A favela cresceu organizada, com ruas pavimentadas, casas de alvenaria pintadas e algum comércio. O conglomerado virou uma bolha no bairro de classe média e está na lista das que serão urbanizadas.

Na Folha há um bate papo com o jornalista Ítalo Nogueira. Ele conversou com internautas sobre a construção de muros para conter o crescimento das favelas do Rio de Janeiro.

Depois de ler muita opinião na blogosfera - todas pertinentes, interessantes e vale a pena ler - o Ítalo resumiu bem a discussão nos blogues. Navegue aqui, aqui, aqui, aqui e aqui, dentre outros.

Segundo ele, o muro é "uma forma um pouco autoritária para tentar limitar o avanço das favelas. Acho que o Estado pode passar um atestado de que não consegue monitorar e fiscalizar o uso dessas áreas. (...) Mas é uma espécie de medida-limite. Após o muro, se ele não funcionar, o que será feito?"

E afirma que "são R$ 40 milhões previstos (para construir os muros). É um investimento que deveria ter sido discutido, ao menos, com as comunidades "beneficiadas". Segundo os presidentes das associações de moradores, isso não foi feito."