quinta-feira, 26 de março de 2009

Professora Leta comenta sobre o pacote habitacional do Governo Federal



"O anúncio da construção de um milhão de moradias pelo governo preocupa urbanistas. Para eles, é necessário criar uma infraestrutura no entorno para que o pacote habitacional garanta qualidade de vida.

Urbanistas dizem que um milhão de moradias não resolvem se não for garantida a infraestrutura necessária.

O industriário Joanes Miranda mora em uma favela e sonha com a casa própria, mas sabe que só um endereço novo não resolve. “Você já tem que construir um centro de saúde próximo, você tem que ter acesso ao supermercado, você tem que ter uma padaria do lado”, enumera.

Ou seja, precisa de infraestrutura. E é exatamente essa a preocupação dos urbanistas com o projeto de habitação lançado nesta quarta-feira pelo governo federal. A arquiteta Margareth Araújo lembra da importância do transporte público. “O custo de transporte urbano representa um custo muito elevado no cotidiano das pessoas. Então, o sujeito morar em uma condição periférica longe desses serviços, que, para qualquer consumo, qualquer necessidade básica, ele tenha que se deslocar, isso não é solução”, analisa.

São detalhes que vão interferir na qualidade de vida dos brasileiros que podem ser beneficiados com o projeto. E que, por isso, devem influenciar na decisão de entrar ou não para o programa. Mas, segundo o ministro das Cidades, Márcio Fortes, desta vez não há riscos de se construir guetos. “No programa de hoje, foi anunciada também uma linha de R$ 5 bilhões para que a própria empresa possa fazer a infraestrutura interna do projeto, mas também a conexão com o que vem próximo, de água, de esgoto, ou seja, com a interligação da estrutura já existente com a infraestrutura que está sendo criada no conjunto habitacional”, afirma o ministro.

Outra urbanista, Raquel Rolnik, relatora para o Direito à Moradia Adequada da ONU, aponta aspectos positivos do pacote. “A baixa renda, que é a maior demanda, não se atende com crédito, com financiamento, mas, sim, com subsídio”, acredita. Mas ela alerta que o grande desafio agora está nas mãos dos municípios, que precisam garantir a inserção dos conjuntos habitacionais à cidade. “Casa, moradia, não são quatro paredes e um teto. É muito importante que os municípios, ao estabelecerem onde serão produzidas essas moradias, é muito importante que os empresários, ao proporem os projetos, levem em consideração que não se trata de um depósito de gente”, ressalta.

O comentarista de economia do Jornal da Globo, Carlos Alberto Sardenberg, fala sobre a atual situação da infraestrutura e das moradias no Brasil."

Fonte: www.g1.com.br/jornaldaglobo

segunda-feira, 23 de março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

Pacote milhonário para habitação resolverá o problema?

No dia que o Governo Federal anunciou que o pacote de habitação prevê a construção de 1 milhão de moradias até 2010, deparei com a seguinte notícia:

Portal G1: "No momento em que uma batalha judicial cerca a demolição de um prédio em construção conhecido como Minhocão da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul, o biólogo Mário Moscatelli, que há quase 20 anos denuncia ecossistemas ameaçados na cidade, aponta para outro prédio irregular - este fica na Favela da Muzema, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.

Moscatelli diz que as ocupações irregulares dos últimos anos e a falta de ação das autoridades transformaram o Rio em um “favelão de alvenaria”.

“Uma liminar que impede a demolição de um imóvel irregular pode ser um estímulo à ilegalidade. Se a prefeitura notificou uma obra sem licença, em área de risco e sem permissão ambiental e, mesmo assim, o proprietário insiste com a construção, não há outro jeito: tem que derrubar. Essa cidade virou uma bagunça”, afirma o biólogo.

Ele diz que a ameaça das construções irregulares tem se alastrado por todos os cantos, principalmente nos maciços da Pedra Branca, Tijuca e Gericinó. Atento às novas invasões, o biólogo tem registrado em fotos as ocupações e publicado no site do Projeto Olho Verde, para chamar a atenção das autoridades.

Moscatelli afirma que o Minhocão da Rocinha não é o único empreendimento que chama a atenção nessas comunidades. Como outro exemplo, ele revela a imagem de um prédio de cinco andares construído na Favela da Muzema, no alto de um morro do Itanhangá, voltado para a Lagoa da Tijuca.

“É uma coisa que vai crescendo de forma desordenada. Será que a fiscalização não vê isso?”, questiona.

Risco para moradores e vizinhos

No meio da proliferação de barracos de alvenaria alcançando o morro, o biólogo aponta outros imóveis, alguns ainda em obra, tomando conta do Maciço da Tijuca. Segundo o ambientalista, as ocupações irregulares também estenderam-se por vários pontos da região da Zona Oeste, inclusive em Vargem Pequena e Vargem Grande, nas proximidades do Recreio dos Bandeirantes.

“Construções irregulares representam riscos para os moradores e para quem está embaixo. É lógico que não é só derrubar, deixando famílias desamparadas. Município, estado e União precisam definir uma política de habitação e transporte, para que as pessoas tenham como chegar ao trabalho”, afirma Moscatelli. O biólogo lembra que, em janeiro, fez um sobrevoo com o atual secretário de Urbanismo, Sérgio Dias, para mostrar a degradação ambiental e ocupação irregular em vários áreas da Baixada de Jacarepaguá, Sepetiba e Baía de Guanabara.

“A prefeitura precisa continuar fazendo esse monitoramento, semanalmente, e agir rápido nos casos de irregularidades”, sugere Moscatelli."

Pergunto: você acha que esse pacote resolverá, pelo menos em grande parte, o problema da habitação? Nem o setor da construção civil acredita no pacote do Governo Federal: "segundo Eduardo Zaidan, economista do SindusCon-SP, não adianta querer "sair construindo casas" sem um projeto mais elaborado que envolva desde planejamento urbano e condições de infraestrutura e transporte até mais recursos para as prefeituras poderem agilizar licenciamentos e para a rede de cartórios se reestruturar. "A dificuldade está em juntar todos os fatores necessários", afirma Zaidan" (Folha On Line).

sexta-feira, 13 de março de 2009

Guerreiros sem Armas

"Instituto Elos é brasileiro e atua no litoral paulista através de ações que buscam recuperar a capacidade das pessoas de sonhar e de querer construir um mundo melhor em parceria com outras pessoas. Em 2007 o instituto reuniu 54 jovens de 17 países para que, junto à comunidade, fosse feita uma revitalização humana e urbana nos cortiços no centro de Santos."

Para nos inspirar.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Programa Habitare

"O Programa de Tecnologia de Habitação (Programa Habitare), da FINEP, disponibilizou em seu portal uma cartilha sobre a construção de uma vila ecológica na Amazônia. O protótipo com oito casas geminadas está na Reserva Florestal Adolpho Ducke, km-26 da AM-010, em Manaus (AM). A edificação apresenta uma alternativa para habitações multifamiliares.

Além dos materiais normalmente empregados, como cimento, areia, barro, madeira e telhas cerâmicas, foi utilizado o bambu como componente de painéis pré-fabricados de paredes, revestidos com barro. A modulação arquitetônica da VilaEco resultou em nove tipos de painéis. Para dar suporte à sustentabilidade da proposta, foi definido um plano de cultivo de bambu.

A vila protótipo busca gestão e economia da água. Foi instalado um sistema simplificado que permite a redução no consumo de água potável com o aproveitamento da chuva, que abunda na região. A construção tem também estação de tratamento de esgoto.

A publicação disponível para download gratuito mostra como foi construída a vila, desde a locação e suas fundações até a implantação do sistema de captação e utilização de águas pluviais. Descreve também como foram produzidos os painéis pré-fabricados de bambu e seus componentes, elaborados no Laboratório de Estruturas de Engenharia, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

'É um sistema construtivo que promove intervenções no meio ambiente de forma responsável', descrevem os participantes do projeto, executado com apoio financeiro do Programa Habitare."

Acesse a publicação aqui.