sexta-feira, 13 de novembro de 2009

BH fica sem ter onde jogar entulho

O Projeto intitulado Reequilíbrio Ambiental da Cascalheira, financiado pela PROEX/PUC Minas, seria uma boa alternativa para resolver uma parte do problema apontado na reportagem abaixo. Mas,infelizmente, o Poder Público ainda é relutante para implementá-lo.

Leia mais sobre o projeto aqui, aqui, aqui e aqui.
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Junia Oliveira - Jornal Estado de Minas - 10/11/2009


A polêmica do lixo em Belo Horizonte ganha novo capítulo. Depois de arrastar por anos a solução para o aterro sanitário às margens da BR-040, no Bairro Jardim Filadélfia, na Região Noroeste, a prefeitura corre agora contra o tempo para achar outro local que receba parte dos resíduos produzidos na cidade. O depósito ao lado da rodovia está com os dias contados e a previsão é de que as operações terminem no fim de fevereiro, segundo a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). As atividades de aterragem seriam encerradas no fim deste ano, mas algumas medidas prolongaram a vida útil do aterro por mais dois meses. Uma delas, que desagradou ao setor da construção civil, é a proibição, a partir de segunda-feira, do descarte de terra e entulho no local. Com isso, 1,2 mil toneladas desses resíduos produzidos diariamente em BH ficarão sem lugar para serem despejadas.

O superintendente da SLU, Luiz Gustavo Fortini, informou que há várias áreas em vista para o novo aterro, mas preferiu não divulgar nenhuma delas para não criar especulações. De acordo com ele, não haverá licitação para o depósito, pois o próprio órgão vai geri-lo. Ainda não foi definido o que será recebido no local, pois dependerá do volume, tamanho e capacidade da área, entre outros fatores. Por enquanto, a ideia é aterrar apenas resíduos inertes, como terra e entulhos da construção civil.

O aterro já não recebe mais resíduos domiciliares (tudo que é recolhido na porta de casas ou lojas e empresas), somente hospitalares. Faz apenas a compostagem de orgânicos, reciclagem de entulhos e o transbordo para a Central de Tratamento de Resíduos Macaúbas, conhecido como Aterro de Macaúbas, em Sabará, na Grande BH, de propriedade da Vital Engenharia, do grupo Queiroz Galvão. A empresa, que recebe o lixo doméstico gerado pela população da capital, é dona de um contrato de parceria público-privada (PPP) de R$ 812,3 milhões, para 25 anos de prestação de serviços.

Mesmo depois que a prefeitura construir um novo aterro, o da BR-040 não será fechado – apesar de não ser mais usado para aterragem, exceto de lixo hospitalar. Algumas atividades continuarão em curso, como o transbordo dos resíduos domiciliares (transporte do lixo até o aterro de Macaúbas). Para isso, são observadas as áreas onde os caminhões compactadores fazem a coleta. Em regiões como a Noroeste, é mais vantajoso levar os resíduos para o galpão instalado ao lado da rodovia e despejá-los nas carretas que seguem para Sabará. Cada uma delas comporta materiais provenientes de até quatro compactadores. Em outras, como a Leste e a Nordeste, o melhor é ir direto para o Macaúbas, pois essas regiões estão mais perto de Sabará.

Quanto ao entulho, nos próximos meses o aterro da 040 receberá apenas o material descontaminado e limpo, pronto para a reciclagem. Até fevereiro, o único material inerte que poderá ser descartado no local serão os resíduos das obras públicas em curso na capital. Os dois meses que ganhou de vida útil caíram como uma luva para evitar que a prefeitura, pelo menos por enquanto, tenha nas costas mais esse problema.

Particulares
No caso de obras particulares, o caçambeiro entregar o lixo limpo não terá aumento de custos. Hoje, ele paga até R$ 14 a tonelada para despejar restos da construção civil. Caso contrário, segundo Fortini, os resíduos deverão ser levados diretamente para um aterro licenciado, em BH ou no entorno. A intenção é investir na reciclagem e inverter a lógica vigente por meio da qual são aterrados 80% dos resíduos e reaproveitados 20%, para tirar as usinas de reciclagem da ociosidade.

“Os caçambeiros deverão se responsabilizar pela disposição final desse lixo. Pessoas do setor dizem que será preciso dobrar a frota de caminhões para fazer o serviço, mas resolver esse problema não é função da prefeitura. Por outro lado, se fizerem a triagem antes de levar o entulho para o nosso aterro, ficará mais barato, pois receberemos de graça para a reciclagem”, diz Fortini. Ele acrescenta que o entulho tinha utilidade quando servia para cobrir o lixo que era aterrado. “A obrigação de dar a destinação é do gerador. Não tem sentido fazermos o transbordo, pois não temos como subsidiar.”

Fonte: Portal UAI

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