quinta-feira, 16 de outubro de 2008

"Tem casa de sobra em Minas Gerais"

Essa é a manchete vinculada no jornal Estado de Minas de hoje, ainda não disponível na web.

A matéria informa acerca de uma pesquisa feita pela Fundação João Pinheiro. A pesquisa constatou que o déficit habitacional de Minas Gerais é de 721.117 do total de domicílios. Enquanto isso, o número de domicílios vagos é de 748.906.

Maria Bernadette Araújo, coordenadora da pesquisa, observa que "em números absolutos, a falta de moradia está crescendo (em comparação com os dados de 2000). Mas o percentual em relação ao total cai, em função do crescimento expressivo da população."

Segundo a matéria, "famílias com renda de até R$ 1245,00 são as que mais sofrem com o problema".

Essa pesquisa é norteadora de Políticas Públicas.

O Alfio Conti tem mais propriedade para comentar essa notícia. 

Um comentário:

Alfio Conti disse...

Obrigado Marco Antonio, quero registrar que os numeros refletem uma realidade de exclusão resultado da incapacidade operacional do poder público, mais do que do privado, em possibilitar o acesso á moradia fora das alternativas clássicas, as quais possuem sérios limites, em primeiro lugar, a capacidade de pagamento a médio e longo prazo. As familias com renda de até RS 1245,00 são as mesma que em outros tempos, 10 anos atrás, tinha renda de R$ 450,00. São as familias com renda de 3 SM, aquela renda que, desde sempre, é considerada um limite para a implantação de políticas habitacionais universais possíveis através do sistema do financiamento imobiliário, pois são as mais facilmente sujeitas à inadimplência, sendo as mais sensívesis ás mudanças conjunturais, especialmene em caso de crise economica.
Por estas razões familias abaixo desta renda não conseguem financiamento imobiliário pelos canais formais. Por esta razão necessitariam, de fato, de um financiamento subsidiado ou a fundo perdido, algo que, lamentávelmente não existe ainda, a não ser no caso de programas habitacionais municipais com financiamentos da união, mas que resultam serem seletivos, atendendo um certo numero de familias, segundo critérios discutíveis e normalmente com uma produção imobiliária especifica e criticável do ponto de vista da qualidade urbanistica e arquitetonica dos conjuntos habitacionais. É por esta razão que continuará a existir um estoque de moradias vagas em mãos a privados. Se existisse uma linha de financiamento que concedesse recursos subsidiados ou a fundo perdido, uma parte deste estoque poderia ser adquirido pelas familias beneficiadas por esta linha de crédito. Mas da maneira que continuam as coisas, com a produção da habitação de interesse social saldamente nas mãos dos agentes públicos, este estoque continuará a permanecer.