segunda-feira, 15 de março de 2010

Projeto Cascalheira

Recebi um email com um texto do sr. Luis Eduardo Lemos, morador do Jardins de Petrópolis e administrador do blog preservejp.blogspot.com.

No texto, ilustrado com a imagem de uma faixa onde a associação solicita bambús, o referido morador afirma que afaixa é um incentivo ao desmatamento ilegal de bambú, pois "os bambus são geralmente encontrados próximo a nascentes, margens de córregos e áreas alagadas, ou seja em áreas de proteção ambiental, onde o corte e a supressão de qualquer tipo de vegetação é proibido." E cita que um projeto "elaborado por uma universidade" prevê a utilização de bambú para contenção.

O Projeto intitulado Reequilíbrio Ambiental da Cascalheira, financiado pela PROEX/PUC Minas, foi desenvolvido pelo Escritório de Integração do Curso de Arquitetura e Urbanismo. O projeto encontra-se aqui.

Vale lembrar que o referido projeto foi premiado.

A meu ver, a faixa não incentiva o desmatamento ilegal e indiscriminado de bambú. O texto do senhor Luís Eduardo é equivocado e obtuso.

Vale lembrar que o Instituto Kairós, por exemplo, promoveu a capacitação de artesãos para o manejo e beneficiamento da matéria prima local: fibras naturais, bambú e pigmentos minerais, buscando aliar a pesquisa de novas tecnologias e do design à valorização da identidade local e dos modos próprios de fazer da comunidade.

Esse conceito, aliás, de aliar pesquisa e identidade local, também foi e é utilizado pelo Escritório de Integração no projeto para a recuperação ambiental da Cascalheira e do Jardins de Petrópolis.

O Escritório de Integração jamais orientou os moradores do Jardins a colher o bambú em qualquer lugar. No decorrer do projeto, recebemos doações de uma fazenda que cultiva bambú para artesanatos.

Penso, contudo, que crime mesmo é deixar a região desprotegida, sofrendo a ação das chuvas, principalmente.

3 comentários:

Anônimo disse...

QUE VERGONHA. Não entendo como a universidade e a igreja podem apoiar invasões como a Dandara. Invasão e auto-construção não são soluções para o problema da habitação. Somente um idealismo radical de esquerda que só contribui para a perpetuação das favelas. MST é uma tragédia brasileira.
Concordo que as ações dos governos são, atualmente, completamente ineficientes para resolver o problema do déficit habitacional. Mas este tipo de invasão com soluções favelizadas vem só aumentar a tragédia das periferias urbanas. Nossas cidades estão cada vez piores e é triste ver arquitetos contribuindo com isso. Apesar do apoio e consultoria técnica, o que está se construindo são barracos e não casas. Parabéns, vocês estão construindo favelas.

Jeferson Cardoso disse...

Olá Marco Antônio! Esta semana estou divulgando uma “nova” postagem. Trata-se de um conto; que na verdade vem a ser uma reedição de meu blog. Sua postagem original ocorreu em 13.02.09; sendo esta a minha terceira postagem no blog. Naquela ocasião este texto não recebeu nenhum comentário. O texto é “O Sr. e o Dr.”. Espero que você, tendo um tempinho, o aprecie.
Um grande abraço, minha gratidão e desejo que tenha uma ótima semana!

Jefhcardoso

Anônimo disse...

Amigos, vamos fazer algo mais útil, do que apoiar favela. Não vamos condenar aquelas crianças às mazelas que todos nós já conhecemos.